30 agosto, 2010

SINCRETISMO, UM RECURSO SÁBIO - SARAVÁ AS CRIANÇAS DA UMBANDA!

Olá Irmãos de Fé!

Devido a uma série de acontecimentos históricos, com a opressão sofrida pelos negros na época da escravidão e com a imposição pelos “Senhores” da Religião Católica sobre seus escravos, o sincretismo religioso na Umbanda com os Santos Católicos é muito presente. 

Por isso, coloco para vocês um pouco da estória desses amados São Cosme e São Damião, como também, São Crispim e São Crispiniano, os balisadores da festa que reúne Umbandistas, Católicos e demais devotos em torno da amorosa e rosa Irradiação das Crianças.


“Salve as Crianças da beira da praia! 
Salve as Crianças da beira do mar!
Salve as Crianças que vem das Matas! 
Salve as Crianças que vem Trabalhar!”

São Cosme e São Damião  
26 de setembro

Cosme e Damião eram irmãos gêmeos e cristãos. Na verdade, não se sabe exatamente se eles eram gêmeos, mas nasceram na Arábia e viveram na Ásia Menor, Oriente. Desde muito jovens, ambos manifestaram um enorme talento para a medicina. Estudaram e diplomaram-se na Síria, exercendo a profissão de médico com muita competência e dignidade. Não aceitavam receber um centavo pelo serviço prestado.


Os irmãos aproveitavam também para divulgar a fé cristã entre aqueles que se recuperavam das doenças. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos. Com isso, seus tratamentos e curas nos doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres. Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. As perseguições do Imperador Diocleciano, porém, não demoraram a frear a ação benéfica destes "médicos do amor". Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas, sendo forçados a negar sua fé.


Mandou que fossem barbaramente torturados e condenados à morte, resistiram milagrosamente a pedradas e flechadas. Em seguida, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV. Os fatos ocorreram em Ciro, cidade vizinha a Antioquia, Síria, onde foram sepultados. Mais tarde, seus corpos foram trasladados para uma Igreja dedicada à eles.


Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa Igreja em honra dos seus protetores. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu num dia 26 de setembro, assim, a Igreja Católica festeja Cosme e Damião nesta data. 

Inúmeros milagres se deram na sepultura deles. Os Santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina. Na festa, é costume distribuir balas e doces para as crianças.

São Crispim e São Crispiniano  
25 de outubro

Crispim e Crispiniano eram irmãos de origem romana. Cresceram juntos e converteram-se ao cristianismo na adolescência. Ganhando a vida no oficio de sapateiro, eram muito populares, caridosos, e pregavam com ardor a fé que abraçaram. Quando a perseguição aos cristãos ficou mais insistente, os dois foram para a Gália, atual França.


As tradições seculares contam que, durante a fuga, na noite de Natal, os irmãos Crispim e Crispiniano batiam nas portas buscando refúgio, mas ninguém os atendia. Finalmente, foram abrigados por uma pobre viúva que vivia com um filho. Agradecidos a Deus, quiseram recompensá-la fazendo um novo par de sapatos para o rapazinho.

Trabalharam rápido e deixaram o presente perto da lareira. Mas antes de partir, enquanto todos ainda dormiam, Crispim e Crispiniano rezaram pedindo amparo da Providência Divina para aquela viúva e o filho. Ao amanhecer, viram que os dois tinham desaparecido e encontraram o par de sapatos cheio de moedas.

Quando alcançaram o território francês, os dois irmãos estabeleceram-se na cidade de Soissons. Lá, seguiram uma rotina de dupla jornada, isto é, de dia eram missionários e à noite, em vez de dormir, trabalhavam numa oficina de calçados para sustentar-se e continuar fazendo caridade aos pobres. Quando a cruel perseguição imposta por Roma chegou a Soissons, era época do imperador Diocleciano e a Gália estava sob o governo de Rictiovaro. Os dois irmãos foram acusados e presos. Seus carrascos os torturaram até o limite, exigindo que abandonassem publicamente a fé cristã. Como não o fizeram, foram friamente degolados, ganhando a coroa do martírio.

O Martirológio Romano registra que as relíquias dos corpos desses dois nobres romanos mártires estavam sepultadas na belíssima Igreja de Soissons, construída no século VI. Depois, parte delas foi transportada para Roma, onde foram guardadas na Igreja de São Lourenço da via Panisperna.

A Igreja celebra os Santos Crispim e Crispiniano como padroeiros dos sapateiros no dia 25 de outubro. Essa profissão, uma das mais antigas da humanidade, era muito discriminada, por estar sempre associada ao trabalho dos curtidores e carniceiros. Mas o cristianismo mudou a visão e ela foi resgatada graças ao surgimento dos dois Santos sapateiros, chamados de mártires franceses.

Com orgulho e alegria de ser Umbandista, Saravá/Namastê!