17 outubro, 2011

UM RIO CHAMADO SINCRETISMO TODOS BEBEMOS DE SUA ÁGUA!

Olá Irmãos de Fé! 

Hoje vamos falar um pouco sobre esse recurso chamado sincretismo que ao longo da História da Humanidade serviu de alguma forma como preservação religiosa e até mesmo filosófica aos vencidos e subjugados nos movimentos de conquista através da rudeza bélica e dominadora do Ser Humano. O sincretismo é um rio que, de alguma forma, todas as civilizações beberam nas suas águas.



Sincretismo é a fusão de elementos culturais diferentes ou até antagônicos em um só elemento, continuando perceptíveis alguns traços originários. Historicamente o Sincretismo já existia em outras religiões, como exemplo, a católica que incorporou no seu surgimento, Deuses romanos como Santos, rituais pagãos como sacramentos. Na própria África, onde os negros cultuavam suas centenas de Orixás, havia já o Sincretismo pois cada Orixá era ligado com algo material e tangível.

Quando estes negros foram trazidos de diversas partes da África, provenientes de diversos povos como os Haussas, Tapas, Mandingas, Fulas, Yorubanos ou Nagôs, Minas, Gege, Congos ou Cambindas, Angolas, Benguelas, Cassangues, Mocambiques, aportaram no Brasil e em todo o continente americano, na condição de escravos. Eram vendidos separadamente para diminuir os riscos de uma rebelião ou tramas de fuga. Isso os enfraquecia, dificultando a prática de um Culto, em função de várias línguas faladas numa mesma senzala.

Porém, ao longo do tempo, eles conseguiram se unir de maneira adequada, negros de várias etnias e línguas, naquilo que tinham em comum - a crença nos Orixás, Inkices ou Voduns. Sem dúvida esse foi o primeiro sincretismo religioso do negro no Brasil, pois eram obrigados a cultuar os Orixás comuns, eliminando as outras dezenas de Orixás não afins. 

A Igreja Católica com a intenção de fazer desaparecer as tradições religiosas africanas exigia que os escravos fossem evangelizados, aprendendo as rezas latinas, a receber o batismo, assistir as missas e receber os demais sacramentos. Essa “catequeze” já era feita na própria África devido ao domínio dos portugueses na costa Africana pela prática do comércio marítimo, atividade na qual eles eram mestres.

O sincretismo Orixás/Santos católicos surgiu da necessidade de dissimular os “Deuses” negros por trás da figura de um Santo Católico. A Igreja Católica percebendo que era impossível fazer desaparecer a profunda religiosidade negra, estimulou o sincretismo. 

Além de tudo, os negros apresentavam rendimento maior quando podiam dançar e cantar diante de seus altares. Incentivaram assim as festas dos "Santos" negros, obrigando que as datas caíssem nos mesmos dias que a dos Santos católicos. O negro passou a utilizar as imagens dos Santos católicos para cultuar os Orixás.

A Umbanda é uma religião agregadora e oferece seu colo para todos, sem pedir nenhum tipo de abandono religioso anterior. Assim, gradativamente as Entidades integrantes da Corrente Astral de Umbanda foram, através dos médiuns, alicerçando as bases do Movimento Umbandista. Desta forma que o sincretismo surgiu e permanece até os dias de hoje. 

Mas não podemos perder o foco que os Os Orixás, na Umbanda, são espíritos de altíssima vibração de origem anterior a nossa Orbe, os arquitetos de Deus, e os Santos Católicos foram pessoas que viveram na Terra e um dia estiveram, como nós, sob a vibração desses Orixás. 

Nossa Umbanda é uma Fé Cristã pois temos Jesus o Mestre Supremo sicretizado com Oxalá como nosso Guia, e ecumênica com fundamentos exotéricos e esotéricos. Sendo ao mesmo tempo, uma Religião e uma Ciência, pois se baseia no estudo e emprego das vibrações Astrais e demais energias sutis da Natureza somente para o bem, e portanto, apta a receber pessoas vindas das mais diversas origens sociais e graus de instrução, evolução e problemas, tanto a nível físico quanto mental e espiritual.

A Umbanda tem no seu núcleo a caridade e a Luz do nosso Pai Maior, não fazemos sacrifícios de animais, pois temos a Natureza como nosso Livro Sagrado e respeitamos nossos companheiros de evolução. Umbanda também é consciência ecológica! 

Na parte ritualística temos várias influências: católicas, budistas, hinduístas, africanas, xamânicas... por isso, existem Casas de Umbanda que utilizam bebidas como elemento purificador, outros usam o fumo como potências energéticas expansoras, outros tem vestimentas próprias estimulando a fé, a crença e o conhecimento de forma mais visual, outros ainda tem o culto aos Orixás com manifestações, oferendas e obrigações mais acentuados e próprias com uma graduação para mais ou para menos sincrética. 

Esta diversidade de rituais demonstra a universalidade como caminho para a fraternidade, tão bem inspirada pelos Caboclos, Pais Velhos e demais trabalhadores da Luz em nossa Umbanda.

COM ORGULHO E ALEGRIA DE SER UMBANDISTA, SARAVÁ/NAMASTÊ!