17 dezembro, 2010

ATOTÔ, MEU PAI!

Olá Irmãos de Fé! 

O Orixá Omulu corresponde a nossa necessidade de compreensão de karma, de regeneração, de evolução, transformações e transmutações kármicas. Omulu é o Orixá da saúde, vibrando especialmente sobre médicos, enfermeiros, casa de saúde, hospitais e cemitérios.

Na Umbanda, Omulu é sincretizado e homenageado tanto no dia de São Lázaro, 17 de dezembro, quanto no dia de São Roque, 16 de agosto. Porém, muitos de seus filhos o homenageiam no dia 2 de novembro, Finados.

Omulu é o Orixá da passagem entre os vivos e os desencarnados. Orientador das calungas pequenas (cemitérios), coordena as passagens, tem o dom da cura e das pestes, utensílio que o Grande Pai utiliza quando precisamos aprender a nos apegar mais ao espiritual, ao amor ao próximo, ao altruísmo. 

Infelizmente, aprendemos muito pouco pelo amor, e ainda precisamos da dor para nos educar. O preto e branco são as cores deste Orixá. Seu dia da semana é a segunda feira, que para a Umbanda é o dia das Almas. Está presente na Linha dos Preto Velhos ou Linha das Almas, uma vez que, Omulu é o dono do Cruzeiro dos cemitérios e regente supremo das Almas.

Omulu, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. A energia que rompe o fio da vida na carne tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva. Os Exus conhecidos como Guardiões da Calunga são os especialistas nesta tarefa, acostumados a regiões de insalubridade e densas. Saudação:

"Atotô!"  - "Silêncio! O Senhor está na Terra!"

Os Caboclos de Omulu, são espíritos dos antigos “pajés” de eras pretéritas. Sua incorporação parece um Preto Velho, em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. 

Alguns caboclos são: Araúna, Acuré, Aimbiré, Bugre, Yucatan, Jupurí, Uiratan, Olho d’Água, Pena Preta, Pena Roxa, Laçador, Caboclo Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Surí, Serra Negra, Tira Teima, Folha Seca, Sete Águias, Tibiriçá, Viramundo, Treme-Terra. Todos chefiados pelo Cacique Arranca Toco.

Pretos Velhos de Omulu são simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se à seus filhos com total dedicação e carinho, não deixando, no entanto, de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. 

Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos Velhos, ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Omulu, e este é o “Dono das almas”, esses Pretos Velhos são geralmente Chefes de Linha, e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. 

Sua visão é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado para os filhos que os seguem, devendo fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas à volta. Normalmente não usam nomes compostos.

Os Exus de Omulu são na maioria pesados, curvados e representam a sabedoria da experiência, trabalham no campo do pó ou Calunga Pequena (Cemitério). Alguns nomes conhecido são: João Caveira, Exu do Lodo, Sete-Campos, Sete-Covas, Sete Cruzes, Capa Roxa, Tira Toco, todos chefiados pelo Exu Tatá Caveira.


Com orgulho e alegria de ser Umbandista, Saravá/Namastê!